artista, não-binário, bissexual e neurodivergente. organizo tudo na ordem do arco-íris e me atraio por aquilo que é colorido, felpudo e holográfico. meus amigos dizem que sou bom em "criar beleza" e em sistematizar as coisas. tenho 3 gatos que amo muito!

nos meus primeiros contatos com a internet, por volta de 2004, eu visitava o bate-papo uol com amigues e sites de jogos como o dolls, iguinho, barbie, jogos para garotas, neopets, cartoon network e splash, o bicho virtual da turma da mônica. a internet era um lugar cheio de personalidade com muita coisa pra explorar.


aos 14 anos fui apresentado a softwares livres como o gimp e o libreoffice (que uso até hoje) pelo meu padrasto que instalou ubuntu no meu computador. eu gastava horas navegando no tumblr, explorando os fóruns e sites de fofoca pra alimentar o fanblog dedicado à série h2o meninas sereias que eu mantinha ou jogando poupée girl, um jogo onde você podia registrar seus acessórios e roupas pra ganhar pontos e personalizar seu avatar. nessa época as coisas eram customizáveis e encantadoras.

“mas a internet de hoje é predominantemente comercial. (...) as empresas e os marqueteiros entenderam que [ela] apresentava novas oportunidades para vender mais e atingir os usuários com base em sua atividade online. eles começaram a investir dinheiro em estratégias de anúncios digitais, analisando como as pessoas usavam a internet, sobre o que falavam, o que pesquisavam e em que clicavam. (...) em comparação com a "internet pequena", essa internet comercial é tática e predatória. [ela] pode gerar centenas de páginas de forma dinâmica baseadas em pesquisas comuns, acompanhar os usuários em diferentes sites, analisar suas interações e usar essas informações para direcioná-los com mais precisão.”

"o design da internet comercial moderna também é “higienizado”: é polido, segue convenções e é otimizado para a eficiência. esse é um dos motivos pelos quais muitos sites que você acessa hoje têm a mesma aparência. seus códigos se tornaram tão dominantes que nos esquecemos de que a internet pequena ainda existe e tem prioridades completamente diferentes." - contra uma internet cada vez mais hostil aos usuários, de parimal satyal

comecei a aprender a programar ano passado por influência de um amigo e esse processo tem sido muito divertido! criar um site do zero é uma forma de fugir dessa lógica das redes sociais que usurpam a nossa atenção e constantemente nos empurram produtos com a promessa de que iremos nos conectar com outras pessoas. eu queria um canto onde eu pudesse me expressar criativamente e construir outra relação com a internet.